Uma vez quando fui visitar uma amiga que tinha tido um bebé, reparei que ela a dada altura disse-lhe assim com uma voz muito carinhosa: “ Meu querido bebé, já estás no colinho da mamã há muito tempo, não pode ser!”.
Porque é que não pode ser?
Pois é, existem por aí teorias de pediatras, de médicos/as de família, de psicólogos/as, de avós, de primas/os, de tias/os, de amigas/os, de vizinhos/as, de desconhecidos/as, enfim de meio mundo, que defendem que os bebés não podem ficar muito tempo ao colo e que não podem adormecer ao colo… Senão acontece algo terrível: habituam-se! Mas que grande desgraça! Também há outra, diz que ficam muito apegados à mãe! Mas se não ficar apegado à mãe, querem que se apegue a quem? À vizinha do 8ºandar? Amamos os nossos bebés e todas as mães tentam e fazem o melhor para eles, (talvez nem todas por inúmeros motivos, que remeto para um outro tópico). Porém, o problema são os maus conselhos que recebemos e que por vezes toldam a nossa visão e alteram as nossas acções naturais e instintivas, entre as quais dar colinho e muito.
Nem sempre pensei assim. Ainda me lembro no primeiro mês de vida da Gabriela em que tentei adormecê-la no berço e deixá-la por lá sozinha. Como me custou. Sempre me disseram que teria que ser dessa forma. Percebi que não estava a fazer o melhor para a minha bebé e decidi fazer como eu achava, sentia e desejava. Passei e continuo a dar muito colinho à Gabriela, ah e adormece no colo.
Neste momento poderá haver alguma alma menos iluminada que esteja a pensar. “Como eu gostava que a tua filha depois não te largasse as saias, para veres o que é bom para a tosse!”. Pois eu quero é que ela não me largue as saias e as calças tão cedo. Vai ter tempo para mais tarde as largar, nessa altura vou ter saudades, mas penso que terei uma filhota alegre, independente e segura, porque apego não lhe faltou nem falta.