E após 10 dias de receitas, regresso às minhas reflexões da maternidade. Ando há imenso tempo para partilhar convosco o que penso em relação àquilo a que chamo a liberdade de ser mãe.
Acredito claramente que ser mãe não é igual para todas. Há mães que se sentem confortáveis, outras tristes, outras óptimas, outras cansadas, outras a adorarem, outras arrependidas, outras cheias de amor para dar, outras frágeis, outras a absorver cada momento, outras perdidas, outras a descobrirem e a aprenderem maravilhas com os/as filhos/as, outras stressadas, outras felizes, outras a não gostar...podia continuar mas fico-me por aqui.
Tenho a sorte de ser daquelas mães que se sente confortável, óptima, a adorar, cheia de amor para dar, a absorver cada momento, a descobrir e a aprender maravilhas com a minha filha e feliz!
Mas também me sinto muitas vezes cansada, perdida e stressada. Ainda não me senti triste, arrependida, frágil e a não gostar; gostava de nunca me sentir!
Faço parte daquele grupo de mães que está a adorar a maternidade, que acredita que o bebé/criança precisa da presença da mãe (cuidador) de uma forma constante e que dessa forma é possível criar apego. Sendo assim sempre quis que a minha filha ficasse lapada em mim sempre que possível. Acredito que a criação de um vínculo forte através de uma presença constante, cria pessoas mais independentes e autónomas. Aquilo que todos queremos, mas que se tem fomentado de formas diferentes.
Entretanto comecei a ouvir conselhos do género: Tens que deixar de dar de mamar à noite, para descansares e para ficares mais livre caso queiras sair! Tens que começar a sair à noite, deixar a filha com alguém. Não tens ninguém que te fique com a bebé? Tens que ir de férias sem a bebé, para namorares descansada, além do mais a bebé tem que começar a tornar-se independente.
Mesmo que muito bem-intencionados os conselhos, (alguns talvez menos bem intencionados, mas vá), mais uma vez pergunto: Ficar mais livre? Livre como? Queremos a liberdade para fazermos o que quisermos, fazermos o que nos apetece certo? Então consegue-se perceber e aceitar que o que eu queria fazer e o que me apetecia era ficar com a minha filha? Acarinhá-la, ficar com ela ao colo. Isso sim era o meu programa preferido. Sentia-me bem, feliz e descansada. E sim sentia-me livre.
Hoje passados dois anos, começo a ter vontade de sair à noite por exemplo. Porque já me apetece, porque a Gaby começa a sentir menos a minha falta em comparação a quando era mais pequenina e porque assim estão a ser as etapas da minha maternidade.
De qualquer das formas como em tudo, cada caso é um caso e cada mãe deve fazer o que a faz sentir melhor, por isso sejamos livres e deixemos ser livres.