Por vezes sinto que temos síndrome da-pressa-para-tudo, com os nossos bebés e crianças.
Passo a explicar.
Temos pressa para que a criança durma a noite toda.
Temos pressa para que a criança durma sozinha.
Temos pressa para que a criança desmame rapidamente.
Temos pressa para introduzir os alimentos sólidos.
Temos pressa para que a criança comece a andar.
Temos pressa para que a criança desfralde.
Temos pressa para que a criança comece a fazer aquelas actividades/acções padrão para a idade.
Temos pressa para que a criança aprenda a ler.
Por aqui continuava.
Tudo isto em nome da tão aclamada independência. A criança tem que se tornar independente. Quanto mais independente melhor. Temos pressa que a criança se torne independente.
Para o bem de quem? Da criança? Dos pais? Parece-me que muitas vezes é mais para o bem dos pais. De qualquer das formas, é óptimo quando começam a ser mais independentes e autónomos, isso é bom para a criança e para os pais. Mas respeitando os timings de cada criança. Respeitando os pais que optam por respeitar os timings da sua criança.
Espalha-se a torto e a direito a lista de coisas necessárias a levar para a maternidade, a lista de coisas necessárias para comprar para o bebé, mas não se espalha a lista de comportamentos que os futuros pais podiam passar a ter. Um delas é a maternidade e paternidade consciente. Tal implica, entre outras coisas, partir à descoberta de novas formas de pensar e agir, diferentes das formas padrão da sociedade. Implica uma entrega total, disponibilidade, atenção e apego. Implica pensarmos por nós próprios com base em informação adquirida em diversas fontes e principalmente com base no amor que sentimos pelos nossos filhos.
Mãe&Gaby&Pai