A partir dos 6 meses – Iniciámos a Alimentação Complementar
Costumo referir-me a alimentação complementar e não a introdução de sólidos, porque considero que nessa fase ofereci alimentos à Gabriela que vieram complementar o leite que continuou a beber.
Quando se inicia a alimentação complementar, começam grande parte das nossas dúvidas. Tratando-se principalmente de uma opção alimentar dos pais, as variáveis são mais que muitas. Há hábitos alimentares a nível cultural, familiar etc. que influenciam a alimentação que fornecemos aos nossos bebés, daí as várias informações fornecidas a nível do tipo de alimentos a introduzir e em que altura. Desta forma, é normal que nos sintamos meio perdidas e sem saber muito bem o que dar de comer ao nosso bebé.
Na altura um plano alimentar bem que me deu jeito para me orientar, mas hoje questiono-me se precisava de algum plano rígido para dar-lhe comida, quando na verdade é tudo bem mais simples. Há cuidados a ter obviamente, tais como os alimentos alergénios (frutos vermelhos, mariscos etc.), ou mais propensos a asfixias (caso dos frutos secos). Acho importante saber que realmente há alimentos que se devem oferecer mais tarde, no entanto eu ofereci laranja à Gaby aos 7 meses, quando muitos pediatras dizem que dever ser aos 9 por ser um citrino. Dei-lhe um bocadinho…aguardei tempo de reacção (2/3 dias)…nada...dei-lhe mais e fui aumentando a dose!
Partilho convosco o que começámos a fazer aqui por casa, não como a fórmula mas como uma outra forma de se fazer:
- Continuámos com a mama em livre demanda, por vários motivos, um deles porque a nível nutricional e calórico o leite continua a ser mais rico do que por exemplo uma sopa. Oferecia-lhe mama antes e depois das refeições.
- Praticávamos o Baby Led Weaning (também se fala em finger food). Dava-lhe fruta, pão escuro, legumes cozidos para a mão e ela comia sozinha. Ao início tinha algum receio dos engasgos, mas a verdade é que os bebés têm o reflexo de engasgamento bem desenvolvido. A Gaby demonstrou-me isso na primeira vez em que teve o reflexo de gag (parecido ao vómito mas não chega a ser engasgar-se) e rapidamente se orientou sozinha. Implicou no início não dar alimentos muito duros, não deixá-la a comer sozinha e estar sempre atenta enquanto ela se lambuzava.
- Comecei pela sopa e fruta ao almoço. Penso que a sopa ao jantar foi por volta dos 9 meses e quando lhe apetecia. Os bebés têm o seu ritmo e penso que as refeições não devem ser introduzidas só porque tem de ser.
- Fui introduzindo os alimentos, deixando tempo para possíveis reações alérgicas.
- Comecei a dar-lhe água. Até aos 6 meses como mamava em exclusivo achei não ser necessário dar-lhe água.
- Não cozinhava com sal (pode sobrecarregar os rins ainda imaturos dos bebés); colocava o azeite no final da cozedura (a gordura do azeite degrada-se a partir de altas temperaturas, que não chegam a ser atingidas a fazer uma sopa, de qualquer das formas habituei-me a colocar no final e continuei a fazê-lo até porque fica mais puro/íntegro) e não lhe dei açúcar ou alimentos com açúcar.
Amanhã continuamos esta fase, entretanto deixo-vos com umas frutas, que foi o que a Gaby mais comeu nesta altura a nível de sólidos!